LOUD together

ONCE UPON A TIME...

 

A LOUD nasceu lá atrás, por volta dos meus 6 anos, quando o meu barulho ainda era silencioso, e eu já inventava moda. Nessa época, ter uma Barbie importada era artigo de luxo, e eu, sempre pra frentex, quando enjoava dos "looks" delas, passava a tesoura sem pena. A blusa virava cropped, a calça virava short, casaco virava jaqueta...E meu pai, virava uma fera!rs

Ele queria que eu as conservasse, que mantivesse cada roupa nas suas respectivas "donas". Afinal, elas custavam caro, e fazer esse intercâmbio fashion não era visto assim, digamos, como "certo". Mas, o incrível pra mim, era mudar, já que comprar roupinhas novas também custava caro: continuava a transformação toda vez que me cansava de vê-las sempre iguais. Pois é, minha ânsia pela mudança e pelos meus "ajustes" não eram bem vistos, como vocês podem perceber rs.

Aos 8 anos ganhei da minha mãe meu primeiro jogo de agulhas, com linhas, e botões. Aquilo foi meu passaporte: fiz minha primeira fantasia, do É o Tchan na selva!hahaha

Explico por quê: sempre fui a mais miúda, mais magrinha da turma, dos meus primos, da família. Era um suplício achar roupa e sapato pra mim. E no carnaval não poderia ser diferente, né? Me lembro de ter rodado de cabo a rabo o centro do RJ, a cidade de NI, e NADA da fantasia. Até que passamos em frente a uma casa de tecidos, eu, já frustrada, quando vi uma cetim de onça, falei: "mãe, vamo entrar e comprar o tecido! Eu mesma vou cortar e fazer, do meu jeito!". E fiz! Lógico que, não ficou uma bastemp (um caminho de rato, vários fiapos!haha), mas ficou próximo do que eu gostaria. E eu mesma tinha feito, com um orgulho danado. Com 13, cortei o primeiro cós de uma calça jeans, porque queria aquele desfiado, e não achava pra vender em lugar nenhum. Lógico, fiquei de castigo. Roupa também era algo caro. "E você está estragando suas roupas, Luiza!"

 Com 20, fiz minha primeira customização em um short: detonei, fiz vários rasgos, desfiados, e ainda bordei. As amigas amaram. Meu pai ameaçou acabar de rasgá-lo por completo. "Que coisa horrorosa! Não tem cabimento você usar isso". Em 2009, fiz meu blog, onde postava meus looks do dia, que me abriu portas bem legais. Tive a sorte de poder trabalhar com marketing de moda em algumas empresas das quais era fã, até que, uma chefe-inspiração (beijo, rosi!<3) um dia indagou: "tem certeza que seu caminho é mesmo comunicação? Eu acho que é moda, hein?".

Ok, essa introdução toda, só pra te mostrar que é algo que sempre andou junto comigo, desde pequena, e ao longo dos anos, foi mostrando sua força. Não adiantou ignorar, não adiantou optar por outro curso na faculdade. E então, muito contra gosto ainda do meu pai (sou aquela ovelha negra de uma família de advogados, engenheiros, militares), troquei o curso, e fui lá correr atrás. Quando, no ano passado, resolvi que queria concretizar meu sonho.

Abri mão de um salário certo no final do mês, de mais experiências em grandes marcas, de carteira assinada, e de uma série de outras coisas... Não consigo ver outra explicação pra isso, que não seja amor. Principalmente diante do cenário atual da nossa economia. Foi preciso ter coragem. Dei peitar crise, peitar a opinião negativa de pessoas próximas, peitar inclusive eu mesma. Foi preciso que eu confiasse em mim.

Meu intuito aqui é só te contar, tá? Não pretendo te convencer, mas te convidar a conhecer a alma da marca, que é uma extensão de quem eu sou. Te mostrar que dá pra você acreditar em você, e que sua roupa pode ajudar a transbordar por fora, aquilo que você é por dentro. Ou "quems" você é. Acredito piamente que nós mulheres podemos ser muitas, todas dentro de uma só.

Basta ousar, basta se testar. Somos além do que o espelho mostra, além do que o outro vê.

Por isso, LOUD (que em inglês, significa ALTO, BARULHO, ESTRONDO, ESPALHAFATOSO). É o meu grito de independência, é o barulho que eu quero fazer junto, e dentro de você. Dá pra ser básica, mas dá pra amar estampa. Dá pra preferir preto, e ser colorida por dentro. Dá pra ser quem você é, sem tentar agradar aos outros, sem tentar se parecer com outra pessoa. Dá pra parar de tentar convencer o mundo que você pertence a um lugar, quando pode pertencer a vários.

Como um camaleão que muda sua cor sempre que necessário, mostre ao mundo a que você veio. Sua essência é tudo! Acredite na voz que fala dentro de você.

Luiza Torres, Owner & Founder.